No último sábado (25), a viúva do cantor e compositor Erasmo Carlos, a pedagoga Fernanda Passos (32), apareceu em suas redes sociais para revelar os motivos que a levaram a não tomar banho nos dias seguintes à morte do marido.
A saber, Erasmo morreu no dia 22 de novembro. Em um texto no Instagram, Fernanda explica que sentia medo de tomar banho e não ouvir as palavras carinhosas que o marido lhe dizia quando ela saía do banho. “Tomei banho! Pretinho, todos os dias quando eu tomava banho gritava ainda do banheiro: tomei banho! E você respondia: oba! Terminava o ritual e vinha te encontrar na nossa cama, eu mal me sentava e você dizia: cadê o cheirinho? Ah amor, talvez minha falta de banho tivesse relação com isso: estava com medo“.
A viúva de Erasmo Carlos disse que retomou seus hábitos de higiene, no entanto sente infinitas saudades do marido.
O psicólogo e doutor em neurociência do comportamento da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), Yuri Busin, explica a reação de Fernanda diante do luto pela grande perda que sofreu. “É comum que as pessoas atribuam memórias a objetos e carreguem ali um valor com relação à pessoa que se perdeu. Questões de higiene são coisas mais atípicas, mas podem vir a acontecer, com essa idealização de carregar algo que tenha relação com a pessoa que morreu“.
Psicólogo explica que precisa-se viver o luto
Por outro lado, Busin também enfatiza que é preciso diferenciar o luto e a depressão: “O luto é uma coisa, a depressão é outra coisa. Precisa de uma avaliação muito criteriosa de tudo o que [ela] está passando.” Isso porque, ainda de acordo com Busin, são identificadas possíveis dificuldades em continuar com os hábitos cotidianos simples frente a um diagnóstico de depressão: “É muito cedo para falar sobre isso, mas quando a gente está em depressão existe uma dificuldade muito grande de realizar alguns comportamentos básicos, como higiene, alteração na alimentação, no sono. Mas isso não diagnostica-se do dia para a noite“.
Por fim o psicólogo diz que, em casos de perda de um ente querido, como no caso de Fernanda Passos, precisa-se viver cada uma das fases do luto. “Precisa-se viver o luto. Não se pode simplesmente ignorá-lo. Ele precisa ser realmente vivido e processado, elaborado. E enfrentado, muitas vezes. É todo um processo de aceitação, negação, barganha, e assim por diante, para que ela consiga ficar melhor em curto prazo“.
De fato, não há maneiras “certas ou erradas” de processar o luto, como explica a psicóloga clínica Gisleine Yamada. “É ir vivendo um dia de cada vez. Ir destacando cada folha do seu calendário com amor e pensar em toda a riqueza contida nessa relação. Ao ponto de ser grata pela vida que ela viveu com essa pessoa“.
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